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Testamento vital na novela: não adianta comemorar se você não age pra mudar a realidade

Testamento vital foi o tema da minha dissertação de mestrado e da minha tese de doutorado e é o tema ao qual já dediquei quase 16 anos de pesquisa.


No começo dos meus estudos, meu grande sonho como pesquisadora era que todo cidadão brasileiro com mais de 18 anos fizesse seu TV.


Com o passar dos anos, percebi que este sonho tinha um erro de premissa: não adianta popularizar o documento sem conscientizar a sociedade, em especial médicos e familiares, acerca da importância de respeitar os desejos do paciente.


Com o passar dos anos, aprendi com a querida Frida Galera e ajustei meu sonho: hoje, o que eu mais desejo é que todas as pessoas que já fizeram seus testamentos vitais tenham seus desejos respeitados.


Nos últimos dois dias, o testamento vital chegou às casas brasileiras com a novela "Vai na Fé". Nos capítulos que foram ao ar dia 03.05 e 04.05, a personagem Dora procura um advogado para fazer seu testamento vital e depois questiona sua filha “se eu pude escolher a minha vida, por que que então eu não posso escolher a minha morte?”


Desde então, tenho lido inúmeros posts comemorando a divulgação do tema.


E sim, precisamos comemorar! Mas, mais do que comemorar, precisamos aproveitar esta divulgacão para conscientizar sobre a necessidade de respeitarmos a autodeterminação dos pacientes. Mais do comemorar, precisamos agir em prol do respeito ao TV para que não mais tenhamos:


- familiares e/ou amigos de uma pessoa gravemente doente que:

  • se recusam a conversar ela sobre cuidados de fim de vida.

  • se recusam a conversar com os profissionais de saúde sobre estes cuiados

  • aguardam ela perder a consciência para pedirem aos profissionais de saúde que desrespeitem os desejos do paciente.


- profissionais de saúde que:

  • não informam o paciente acerca do direito a fazer testamento vital.

  • defendem que o paciente não precisa de documento porque “estarão ao lado dele e, como profissionais de saúde, sabem o que é melhor para ele”

  • afirmam que “se a família não concordar com o desejo do paciente, infelizmente, não será possível cumprir o documento.”

  • recusam-se a anotar em prontuário desejos que o paciente manifestou verbalmente.

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